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VIII CBPOT – Congresso Brasileiro de Psicologia Organizacional e do Trabalho

Entre os dias 11 e 14 de julho de 2018, ocorreu o VIII Congresso Brasileiro de Psicologia Organizacional e do Trabalho (CBPOT), organizado e promovido pela Associação de mesmo nome, a SBPOT, no campus da PUC Goiás, em Goiânia.

Foram minicursos, mesas redondas, simpósios, comunicações breves de pesquisa, pôsteres e relatos de experiência que trouxeram o que mais tem se discutido na área da psicologia aplicada às organizações e ao trabalho.

Nós estivemos lá e podemos dizer que o mundo do trabalho – ou sem trabalho – vem convocando cada vez mais a presença do conhecimento técnico-científico da psicologia e de outras disciplinas, trazendo imensos desafios aos trabalhadores que atuam nas instituições ou fora delas.

Relatamos e discutimos as seguintes experiências:

12/07/2018 (quinta-feira):

14/07/2018 (sábado):

A crise institucional vivida pelo Brasil, principalmente após as mobilizações de 2013 e tudo o que veio depois disso, entra de forma direta ou indireta em quase todas as análises e intervenções produzidas pela comunidade científica. Ou pelo menos, deveria.

Afinal, como desconsiderar um contexto político, econômico e social tão conflituoso? O cenário nacional presente e as perspectivas para o futuro do país – ou a falta delas – indicam parcialmente o rumo que uma psicologia voltada para o estudo do trabalho irá tomar.

Como já disse em um texto anterior (O que pensar sobre a Psicologia Organizacional e do Trabalho?), o campo da Psicologia no trabalho é marcado, assim como tantas outras ciências, por conflitos entre posicionamentos técnicos e ideológicos.

Bendassolli e Soboll (2011) sugerem que a díade compreensão versus controle está presente na Psicologia científica de um modo geral, afetando nossas metodologias qualitativas ou quantitativas, e nossas percepções fenomenológicas ou estatísticas. Afinal, qual é o papel do profissional de Psicologia nas instituições?

Como não simplesmente “se vender ao capital” e atuar para reforçar processos históricos de dominação nas organizações? É plausível trabalhar com a Psicologia sem tomar lados extremos e se tornar apenas um “defensor irrecuperável dos fracos e oprimidos”? Dá pra fazer algo no meio disso tudo?

E ainda, é possível analisar e intervir sobre o trabalho buscando garantir a dignidade dos trabalhadores e procurando promover o desenvolvimento social? Qual o limite da nossa atuação? É sobre tudo isso que seguiremos discutindo por aqui. Até a próxima!

Referências

BENDASSOLLI, P. F., SOBOLL, L. A. P. Clínicas do trabalho: filiações, premissas e desafios. Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, vol. 14, n. 1, pp. 59-72, 2011.

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